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Minha perda gestacional: uma história de dor e propósito

Eu vivi uma perda gestacional que transformou completamente quem eu sou, mudou o meu trabalho e a forma como enxergo a vida. É uma história de dor profunda, mas também de renascimento e propósito. Quero compartilhar contigo essa experiência, pois acredito que ela pode trazer acolhimento e força para quem está passando por algo semelhante.

A data que marcou um renascimento!

Dia 4 de novembro de 2024, seria o dia que minha filha, a quem demos o nome de Vida, deveria nascer. Eu não cheguei a sentir o seu cheiro, mas ela me transformou de uma maneira que eu nunca imaginei. Essa data, que poderia ser marcada apenas pela ausência, se tornou também um dia de renascimento.

Desde que descobri a gravidez até a perda em abril, minha vida virou do avesso. Durante um curto, mas intenso período, eu experimentei a alegria de ser mãe — algo que, mesmo sem planejamento, sempre esteve em mim — e a dor avassaladora de perder essa Vida.

Uma dor mais comum do que parece:

O aborto espontâneo é mais comum do que muitos imaginam. Ele acontece em cerca de 1 a cada 6 mulheres. Tu provavelmente conhece mais de seis mulheres, então é bem possível que alguém ao teu redor já tenha vivido essa dor em silêncio. E essa é uma das maiores dificuldades: o silêncio, o tabu, a falta de acolhimento.

O vazio e a busca por respostas:

Minha vida estava uma bagunça quando a gestação aconteceu. Eu havia acabado de me mudar para São Paulo, estava me adaptando à convivência com meus enteados e enfrentando desafios no trabalho. Mesmo assim, a ideia de ter uma filha trouxe luz para o meu caos.

Mas a esperança foi interrompida. Em um ultrassom, descobrimos que algo não estava normal. Mesmo ouvindo o coração dela bater, o desespero tomou conta. E, uma semana depois, quando repetimos o ultrassom, foi confirmado a partida dela. Eu me senti perdida, como se um buraco escuro e infinito tivesse se aberto nos meus pés.

Apesar de ter o apoio incrível do meu companheiro, que esteve ao meu lado em cada momento, e da minha mãe, que veio de Santa Catarina para me acolher, eu me sentia abandonada por mim mesma. Eu me culpava. “O que fiz de errado? Por que isso aconteceu comigo?” Essas perguntas ecoavam sem parar na minha mente.

A falta de informação e acolhimento

O que mais me machucou foi a falta de preparo e de informações claras sobre o que aconteceria comigo — fisicamente, emocionalmente e hormonalmente. Os profissionais que me atenderam não me prepararam para tudo que eu enfrentaria. Isso me deixou ainda mais perdida.

Foi nesse momento que percebi a importância de buscar apoio especializado. A terapia integrativa foi essencial para equilibrar meu campo energético, minhas emoções e meu corpo, e me trouxe conforto para a alma. Também contei com a psicoterapia, que me ajudou a compreender minha mente e as emoções que estavam à flor da pele.

Transformando dor em propósito:

Depois de viver esse luto tão profundo, sem algumas informações imprescindíveis para o que eu passei, decidi transformar minha dor em algo maior. Mergulhei em estudos sobre perdas gestacionais, neurociências e os impactos do luto no corpo e na mente. Pra poder eu mesma responder o que me afligia. Participei de eventos, li artigos científicos e me aprofundei em terapias integrativas para trazer às mulheres o que eu não tive naquele momento: acolhimento, informações claras e ferramentas para enfrentar essa dor.

Hoje, meu trabalho é dedicado a apoiar mulheres que enfrentam perdas gestacionais/perinatais. Ninguém merece passar por isso sozinha ou desamparada. Existem formas de entender o que está acontecendo no corpo, regular as emoções e encontrar um caminho a partir de agora.

Não está sozinha!

Se tu já passou por uma perda gestacional, ou conhece alguém que viveu essa dor, quero que saibas que não está sozinha. Meu propósito é unir ciência, terapias integrativas e minha experiência para tornar essa jornada menos solitária e confusa.

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Fica aqui, então, meu relato. Um pedaço da minha história que me levou a mudar completamente a direção do meu trabalho e da minha vida. Que essa mensagem chegue a quem precisa de acolhimento e de cuidado.

Vida Monticelli Franco, minha filha, tu foi luz e transformação na minha vida. Obrigada por me guiar nesse novo caminho.

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Deixo aqui um link que pode ajudar a entender mais sobre o aborto espontâneo e suas causas:

[Aborto espontâneo: entenda o tema (Hospital Albert Einstein)](https://vidasaudavel.einstein.br/aborto-espontaneo-e-frequente-e-tem-causas-dificeis-de-identificar-entenda/#:~:text=Estima-se que uma em,que engravidam sofre aborto espontâneo)

Se precisar de apoio, ou quiser conversar, me chama. Vamos juntas. 🤍

 

 

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