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Ciência confirma forte conexão que as mães sentem pelos filhos, mesmo em caso de aborto espontâneo

As mães costumam sentir uma forte ligação com filhos; e, agora, a ciência confirma que essa conexão é literalmente verdadeira. O chamado microquimerismo ocorre quando “há células que não são suas e que existem em seu corpo”, diz Melissa Wilson, professora associada de genética na Arizona State University, e coautora de um estudo sobre microquimerismo fetal e saúde materna.

O microquimerismo pode ocorrer através de transplantes de órgãos, doação de sangue, lactação – ou gravidez. O fenômeno recebe o nome da quimera mitológica, uma besta cuspidora de fogo que combina partes de três animais: um leão, uma cobra e uma cabra. Simplificando, as mães carregam em seus corpos células fetais de cada gravidez — para sempre. Assim que a placenta se implanta no útero (o que pode ocorrer seis dias após a concepção ), as células do feto podem entrar no corpo da mãe e vice-versa.

Aborto espontâneo

Mesmo que a gravidez não resulte num nascimento vivo, essas células fetais permanecem. E essa ideia tem trazido conforto, especialmente para as mulheres que sofreram aborto espontâneo, perda de gravidez ou natimorto. Lee Ann Townes, mãe de dois filhos que teve um aborto espontâneo com 10 semanas de gestação, em 2022, disse que encontrou “muita paz” no conceito de microquimerismo.

À medida que a data do parto se aproximava, Townes disse que estava “uma bagunça”. Mas depois que uma amiga lhe disse que um pouco de seu “bebê anjo” ficaria literalmente com ela para sempre, tudo mudou: “Fui imediatamente tomada por uma sensação de paz; me senti mais conectada ao meu corpo e ao bebê que perdemos. De alguma forma, fez com que a gravidez, embora breve, parecesse mais real.”

Ela não está sozinha. Erin Lettman sofreu um aborto espontâneo com 11 semanas em 2003 e uma perda de gêmeo em 2007. “É muito reconfortante saber que essas crianças, que amei profundamente e nunca conheci, são mais do que apenas uma memória ou um fantasma”, disse. “Sempre os carreguei em minha mente e em meu coração, me perguntei como eles seriam, que tipo de pessoa seriam. Saber que eles estiveram comigo esse tempo todo, e não apenas algo que costumava ser uma parte de mim, é um presente que eu não imaginava”, completou.

A pesquisadora Melissa Wilson, que tem três filhos, disse que é igualmente afetada pela sua própria investigação. “Esse conceito de que em algum momento você estava trocando de células, e há um pouquinho que você carrega consigo para sempre dessa criaturinha… meio que me incomoda toda vez que penso nisso”, admitiu.

Como os estudos baseiam a maioria das pesquisas em testes em animais e não em humanos, eles não afirmam de forma conclusiva para onde as células fetais podem ir no corpo, mas sabem que elas se movem através do sistema circulatório. “Eles se alojam frequentemente nos pulmões e no coração e em locais onde o sangue é muito comum, e também na pele. Nós os encontramos em quase todos os tecidos”, disse. Wilson costumava dizer aos filhos que eles estavam “em seu coração”, mas depois que aprendeu sobre o microquimerismo, ela agora diz, rindo: “Estou literalmente com você todos os dias da sua vida”.

“Parece meio mágico. Quase como ficção científica também”, comentou Athena Aktipis, professora associada de psicologia na Arizona State University. Ela trabalhou com Melissa no estudo do microquimerismo. Mãe de três filhos, ela já passou por abortos espontâneos. “A ideia de que tenho em mim todas essas células de todos esses indivíduos diferentes — e também da minha mãe, que perdi quando era mais jovem — existe algo estranhamente reconfortante nisso”, afirmou.

Elaine Healy teve um aborto espontâneo com seis semanas em 2010. Ela deu à luz duas filhas saudáveis ​​​​e ainda pensa na data do primeiro parto. “Adoro a ideia de que o DNA das minhas meninas vive em mim; elas fazem parte de cada fibra do meu ser – sua alegria, sua dor”, afirmou. “Esta ciência apoia algo que eu já sabia ser verdade. Tornamo-nos algo novo quando nos tornamos mães. Mudamos para sempre”, finalizou.

……..

Não é lindo saber que carregamos nossos filhos que partiram cedo demais com a gente pra sempre?

Como pode se dizer que não teve vínculo, que não teve importância, que não teve amor?

Sempre teve e sempre terá 🌟

É incrível!

Matéria divulgada em:

https://revistacrescer.globo.com/gravidez/noticia/2024/02/ciencia-confirma-forte-conexao-que-as-maes-sentem-pelos-filhos-mesmo-em-caso-de-aborto-espontaneo.ghtml

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